quarta-feira, agosto 02, 2006

 

O Senhor Bom e o Espí­rito Maligno

O Senhor Bom tinha um coração de ouro. Tinha compreendido que a glória e a existência são difíceis de guardar, por isso utilizava todas as suas riquezas em liberalidades.

O seu mérito era muito elevado, a sua virtude abalava o mundo.

De tal maneira que o espírito Maligno começou a recear pela sua própria popularidade. "Em breve, este Senhor Bom será tão conhecido pela sua gentileza gratuita como eu pelos meus crimes e pela minha maldade. Tenho de lhe criar um inferno muito especial"... Dito e feito, e o inferno para os gentis foi
criado.

Quando o Senhor Bom caiu no abismo que lhe estava reservado, o espírito Maligno começou logo a troçar: "Estás bem avançado agora, tu que passaste a tua vida a dar aos outros. O que ganhaste com isso, já não tens nada e vais ser queimado?"

Mas o Senhor Bom sorriu e num tom de voz igual perguntou:
"Se aquele que foi bom e caridoso suporta tais sofrimentos, aquele que foi o objecto da caridade, suponho que o glorifiquem?"

O espírito Maligno respondeu: "Exactamente! Aquele que recebeu a caridade, sobe para o céu quando a sua vida acabar. Pois, eu sei, é o mundo ao contrário, meu querido!"

O Senhor Bom retorquiu: "Então, certamente deves ter-te enganado e não tens nenhuma razão para me manter prisioneiro."
Com isto, levantou-se e começou à procura de uma saída.

Diante de tanta firmeza, o espírito Maligno admirou-se:
"Mas o que queres dizer com isso? Deste tudo e nada recebeste, portanto, és tu que estás lesado e foram os outros que te enganaram!"

"Ah? Pensas tu, espírito Maligno, que aquele que dá não recebe nada? Sou rico ao cêntuplo, de todo o reconhecimento que me testemunham. Sou amado. Sou respeitado. E nem te falo da felicidade que sentimos quando damos..."

Não sabendo o que responder, o espírito Maligno foi obrigado a deixar sair o Senhor Bom que subiu directamente para o sítio onde o esperavam: o sítio dos bem-aventurados que compreenderam que para receber, é necessário dar.

Thérèse e Vérane
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"O que há de bom no dom de nós próprios, é que recebemos sempre mais do que damos: a reacção é sempre mais forte do que a acção."
Orison Swett Marden





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